Um sábado na academia
Acordei às 8h e fiquei na cama, com preguiça. Vou... não vou... vou... dormir... vou.... pra academia... ai.... não sei.
Levantei. Vou sim. Mas aí bateu uma esperança.... E se não tiver aula? Vou perguntar. Telefonei pra academia. Vai ter aula sim, confirmadíssima, 9h30 – aulão. Não tem jeito. Tenho que ir.
Fui pra tal aula de swing (fiquei com medo de ser troca de casais - hahaha). O prof. atrasou pra caramba, daí subi pra esteira. Só tinha uma vazia, do lado de uma coroa. Resultado: a fofa ficou tentando puxar papo.... Que ainda bem que tinha chovido, que tava muito calor... Daí perguntou quanto tempo eu fazia de esteira. Falei que fazia uns 30 ou 40 minutos. Ela me respondeu que o bom era fazer 1h, e completou, “pra perder” .... Perder o quê, minha filha ? Só se for o tempo e o juízo... E eu lá, tentando não dar muita bola e sendo monossilábica. Não adiantou... Ela me contou praticamente a vida dela toda. Sei que tem uma filha de 12 anos, que está fazendo faculdade de pedagogia, que o marido dela pesava 130kg e emagreceu 20 fazendo esteira todos os dias, que ela fez estágio numa escola lá perto, que ela é ótima aluna, que ajuda as coleguinhas, bla, bla, bla... só consegui processar a metade do que ela dizia. Daí ela atacou com crendices que rolam em toda academia: pra emagrecer não pode comer à noite. Aí foi demais pra mim. Eu disse a ela “minha filha, emagrecer é uma questão de matemática... Comer menos e malhar mais.... Não tem nada a ver com a hora que você come. Pode comer até de madrugada, desde que não ultrapasse uma certa cota de calorias... e que malhe, claro.” Qualquer consulta em qualquer nutricionista vai dar na mesma informação, boboca. Ai que falta de paciência com esse povinho “bunda” que acha que sabe tudo sobre malhação e dietas....
Não aguentei a fofa mais do que 40 minutos. Peguei minha garrafinha e desci pra ir embora. Quando passei pela sala de ginástica o prof. estava começando a aula de swing... A curiosidade não me deixou passar batida. Entrei na sala, pedi licença ao prof. me arrrumei pra começar a aula.
Bom, pensava eu que uma aula de ginástica com o nome de swing era ginástica ao som de axé, com um ou outro passinho das danças... Existia também uma chance de ser uma aula de “troca de casais”... sei lá eu. Qual nada, o professor usava um shortinho com abertura lateral que ia até o sovaco, camiseta e um boné (claro). Ele não dava aula de ginástica não... ele ensinava a danças dos pagodes da “hora”... Misericórdia....
O cara ensinava os passinhos e gritava “tem que ter atitude”... Atitude de pagodeiro ??? Deus me livre.
E nos intervalos, enquanto o professor ia arrumar o som, os coleguinhas ficavam lá “se jogando” até o chão no pagode... Uma visão do inferno... Dei uma desculpa de que tinha outro compromisso e consegui fugir da sala 30 minutos depois de entrar. Claro que fiz aquela carinha de chateada, pedi desculpa ao pagodeiro, digo, ao professor, e vazei....
Ia descendo a rua pra casa, quando parou um carro e um brother gritou de lá: “Marcinhaaaaaaaaaaaaaa...”. Ai meu Deus, não conheço esse carro (bobagem, não conheço nenhum mesmo). Aí encostei no carro sem ter a mínima ideia de quem era. E o cara conversando, perguntou se eu estava morando por ali, como eu estava, me apresentou a esposa, o filho, perguntou por Pepeu, enfim, ele sabia praticamente toda a minha vida e meu nome. E eu não dava conta nem de onde o conhecia, dirá o nome dele. Aí ele fez uma perguntinha que deu a dica. “Ainda está no Polo ?” Uffa, deve ser alguém da fábrica. E completou “Depois que saí da Caraíba há oito anos não voltei mais”. Agora..... Ex-coleguinha da Caraíba.... E o nome ? Nada.... Ele tão gentil e educado.... “A gente mora naquele prédio ali, apartamento tal, apareça”... E eu “sim, claro, vou aparecer sim....” Que sufoco.
Isso que dá ir pra academia dia de sábado.
Vá dormir, mulé....
06 de março de 2010
Márcia Carneiro
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