Sempre achei que fosse...E hoje achei a prova.. Tem até pesquisa (rs).
Pra mim funciona perfeitamente bem.
Dia chato no trampo ? Escrevo !
Uma palestra insuportável ? Escrevo !
Umas amigas se comportam feito loucas ? Escrevo !
Levei um fora ? Escrevo !
Isso só cria um probleminha. Minhas amigas, que são "obrigadas" a ler meus escritos, adoram me levar pra palestra ruim e pra "roubada" ... só pra ver o relatório depois..
Eu sobrevivo.
Olha a fonte :
Escrever um blog é terapêutico para a maioria de seus autores. A informação está numa pesquisa da AOL, que contribui para compreender o boom que experimentaram estes diários online nos últimos tempos. A enquete com 600 bloggers revela que, para mais da metade dos interrogados, a atividade tem um efeito terapêutico.
http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI672753-EI4802,00.html
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
segunda-feira, 20 de setembro de 2010
Só
Hoje eu acordei tão só, mais só do que merecia
Eu acho que é pra sempre
Mas pra sempre não é todo dia...
(Osvaldo Montenegro)
Eu acho que é pra sempre
Mas pra sempre não é todo dia...
(Osvaldo Montenegro)
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
A promoção de vaselina
Hoje, no começo da tarde, recebi uma ligação de "telemarketing ativo" e tive medo, muiiiiiiito medo... Assim que atendi à ligação, a moça (toda ativa) foi logo dizendo a que veio:
- Estou ligando pra te oferecer nossa promoção de vaselina...
- Oi ?
- É, aqui é da Farmácia Santo Antonio e nós estamos com uma promoção de vaselina líquida ... O preço do litro é...
- Oi ? Por que você está oferecendo esse produto pra mim ?
- Bom, a sua empresa não compra vaselina ?
- Oi ?
Transferi a fofa imediatamente pro nosso setor de compras, só pra sacanear o comprador (heheheh).... Transferi bem rápido, pra ele nem saber de onde tinha vindo a chamada.
Gente, uma moça "ativa", quer dizer, de "telemarketing ativo" me oferecendo vaselina líquida ? É barril.... Isso não me pertence...
Vai ver já está correndo o Polo a notícia (falsa, obviamente), de que tá rolando CR direto por lá....
Quem sabe ???
Márcia Carneiro
25/8/2010
- Estou ligando pra te oferecer nossa promoção de vaselina...
- Oi ?
- É, aqui é da Farmácia Santo Antonio e nós estamos com uma promoção de vaselina líquida ... O preço do litro é...
- Oi ? Por que você está oferecendo esse produto pra mim ?
- Bom, a sua empresa não compra vaselina ?
- Oi ?
Transferi a fofa imediatamente pro nosso setor de compras, só pra sacanear o comprador (heheheh).... Transferi bem rápido, pra ele nem saber de onde tinha vindo a chamada.
Gente, uma moça "ativa", quer dizer, de "telemarketing ativo" me oferecendo vaselina líquida ? É barril.... Isso não me pertence...
Vai ver já está correndo o Polo a notícia (falsa, obviamente), de que tá rolando CR direto por lá....
Quem sabe ???
Márcia Carneiro
25/8/2010
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Relatório da Palestra Relacionamento ou Relacionar-se
Relatório da Palestra Relacionamento ou Relacionar-se
Hotel Belmar - 30 de outubro de 2007
Heloísa Capelas
Participantes: Di, Lu, Márcia Carneiro e ÔMiiiiila
Antes de irmos para a palestra, fizemos um pitsop no Chalezinho para um
lanche rápido. Di pediu uma fatia imensa de torta de chocolate com coco e,
para surpresa de todas, caiu matando numa coca cola normal gelada (como é
que ela é magrela, gente?). Lú ficou numa baguete de atum e uma JARRA de
açaí com banana (é, banana....faz crescer... já dizia o ditado), e eu fui de baguete quatro queijos e, para manter a coerência e perder a decência, coca zero, light e diet. Lú achou a baguete horrível e reclamou muiiiiiiiiito, muito embora não tenha sobrado nem uma casquinha.
Iniciada a palestra, Di sacou um xale preto da bolsa (enorme, tipo as de Lú) e se enrolou nele (não naquele da doida que ela usa na Fábrica). Importante ressaltar que todas as franjas do xale estavam perfeitamente alinhadas entre si e também com os cabelos da dita cuja (claro). A partir daí, todo mundo que chegava atrasado, Di me mostrava para eu ver se era San, que ficou de ir, mas não foi. Depois chegou "ÔMiiiiila", atrasada, mas bem informada depois de telefonar ao vivo para Mário Kertz pedindo informações sobre uma tal de uma palestra que eles anunciaram que era não sei onde, não sei onde fica nem a que horas começa. Ou seja, mais uma amiga "antenada" de Lady Di.
Três filminhos do youtube depois, começou de verdade a palestra. O público
era eminentemente feminino, à exceção de: 3 viados, 2 bibas, 1 traveco, 2 brochas e 1 impotente. Lú balançava a cabeça, concordando com cada frase da
palestrante e queria, a todo custo, que eu admitisse um problema de "relacionamento" com uma certa colega. Me recusei e resisti até o final.
À nossa frente, um belo casal da terceira idade, que assim como Lú, balançava a cabeça e se olhava cumplicemente. Depois de 10 minutos, já estavam mais afastados e nem se olhavam mais.... Vai dar briga !!!
ÔMiiiila chegou animada, travando conversas paralelas com Di, mesmo devidamente informada da proibição de tais contatos. Mas sacou caneta e
papel e copiou compulsivamente todas as frases da professora, certamente
cópia "ipsis literis", para ficar no bom latim. Suspeitei, e mais tarde
tive a confirmação, de que ÔMiiiiila ao chegar em casa repassaria todos os
pontos importantes para o maridão Valter. Tive pena dele. Para
"introduzi-lo" no tema, ÔMiiiila inclusive mandou alguns torpedos para o
celular dele durante o andamento da palestra. Resista, Valter !!!
Lú, candidata a vereadora que é, encontrou uma coleguinha da pós que já
havia feito o curso de Quadrinidade Roffman. Mas pelo jeito ainda não
aprendeu nada, pois já fez o mesmo curso três vezes e continua indo para
palestras introdutórias.... Ao menos o curso serviu para deixá-la
"desencanada", visto que não percebi nem um pingo de constrangimento nela
por estar vestida de camisola preta na palestra. Diz Lú que ela é fashion
A palestrante, salivando mais que um boi, iniciou a apresentação de alguns
slides. Concluída a explicação, pude deduzir então o verdadeiro objetivo da
palestra: ensinar como nos relacionarmos com CACHORRO. Bom, ao menos esse foi o slide que ficou mais tempo na tela. Pôxa, Pró, isso eu já sei, Lú já
sabe e até Lady Di já sabe. Só não dispomos de informação suficiente para
afirmar que ÔMiiiila também sabe.....
Eu, particularmente, gostei muito da técnica de escrever no flip chart com
caneta esferográfica. Foi interessante, ver uma cambada de coroas apertando
os olhinhos para tentar (sem sucesso) enxergar.
A certa altura, a palestrante disse-nos que era importante RECICLAR os
relacionamentos. E eu fiquei pensando com meus botões (apesar de não ter
nenhum à vista), a gente recicla LIXO... Meu Deus, que idéia é essa ????
Ela chamou nossos "parceiros" e "lanches" de lixo ?
Acredito que por causa da salivação, a palestrante não conseguia falar poça
(de água), ela repetiu umas 500 vezes "póça", estava mesmo ficando
muiiiiiiiiito difícil acompanhar o raciocínio dela.
Mas daí, ela nos trouxe aquela (velhíssima) metáfora que compara
relacionamento com jogo de ping-pong, só esqueceu de citar o contraponto:
"o tênis" e dizer que, na verdade, o jogo dito bom é o frescobol.
Surgiu então uma pergunta interessante, certamente vinda de uma
profissional de RH, questionando sobre o valor do "investimento".
Investimento ??? Bizarro. Eu queria saber mesmo era o custo, até porque já
havia chutado que era por volta de R$ 5 milhas, e cheguei perto porque o
curso é em São Paulo e custa R$ 3.800, que somados à passagem aérea fica
pertinho. Oferecei a Lú uma imersão na 25 de Março (SP) por R$ 2 mil, mas
ela recusou. Pô, Lú, depois de um fim de semana comigo qualquer um volta
"analisado"....
Daí a palestrante se animou e iniciou-nos numa corrente, daquelas que
circulam na internet, dizendo que foi feita uma pesquisa entre pessoas que
fizeram e não fizeram o curso, tabularam os resultados e veja a conclusão:
João de Deus fez o curso inteirinho e, quando voltou a Petrolina, ganhou
na Megasena, casou com a rainha do milho da cidade e ganhou uma cesta de
natal na rifa.
Joadson, soteropolitano, foi à palestra, mas não fez o curso. Nos meses
seguintes ele perdeu uma perna, foi demitido, ficou careca, entrou em
depressão, tentou se matar e errou.
É, bons argumentos.
Explicando o curso, a palestrante comentou que a proposta era de
reeducação, no que Lú logo se animou, acreditando que era reeducação
alimentar (ô ideia fixa desse filé).
Ainda para nos convencer, a palestrante falou que repetimos comportamentos
em todos os níveis, inclusive no nível do mar (sic). Não entendi muito bem
o que ela quis dizer, mas Lú no final da palestra afirmou (talvez tentando
se convencer) "eu sou pessoa centrada". Ainda estou pensando sobre essa
afirmação.
Para animar, a palestrante ofereceu dois livros, eu aceitei, mas não levei
nenhum. Ok, eu não merecia mesmo. Mas uma coleguinha, mostrando como o
curso é "poderoso", ganhou e livro e o doou. Coisa linda, isso. Tanta
generosidade. Deve ser efeito colateral do curso.
Agora, no encerramento, a palestrante leu com voz grave e teatral (bah) uma
mensagem de Flávio Gikovate sobre relacionar-se, estar só, ser
independente. O bizarro mesmo era a música de fundo, que mesmo instrumental pude identificar. A tal "song" dizia: "My love, my darling, I waiting for your love... I need your love...." Tudo a ver.
Foi isso que aconteceu. Até a próxima...
E aí, vocês querem ser felizes (lendo meu texto) ou ter razão (reclamar do
meu texto)????
Lembrem-se de que a palestrante mandou a gente PERDOAR.... (risos)
Marcia Carneiro
Hotel Belmar - 30 de outubro de 2007
Heloísa Capelas
Participantes: Di, Lu, Márcia Carneiro e ÔMiiiiila
Antes de irmos para a palestra, fizemos um pitsop no Chalezinho para um
lanche rápido. Di pediu uma fatia imensa de torta de chocolate com coco e,
para surpresa de todas, caiu matando numa coca cola normal gelada (como é
que ela é magrela, gente?). Lú ficou numa baguete de atum e uma JARRA de
açaí com banana (é, banana....faz crescer... já dizia o ditado), e eu fui de baguete quatro queijos e, para manter a coerência e perder a decência, coca zero, light e diet. Lú achou a baguete horrível e reclamou muiiiiiiiiito, muito embora não tenha sobrado nem uma casquinha.
Iniciada a palestra, Di sacou um xale preto da bolsa (enorme, tipo as de Lú) e se enrolou nele (não naquele da doida que ela usa na Fábrica). Importante ressaltar que todas as franjas do xale estavam perfeitamente alinhadas entre si e também com os cabelos da dita cuja (claro). A partir daí, todo mundo que chegava atrasado, Di me mostrava para eu ver se era San, que ficou de ir, mas não foi. Depois chegou "ÔMiiiiila", atrasada, mas bem informada depois de telefonar ao vivo para Mário Kertz pedindo informações sobre uma tal de uma palestra que eles anunciaram que era não sei onde, não sei onde fica nem a que horas começa. Ou seja, mais uma amiga "antenada" de Lady Di.
Três filminhos do youtube depois, começou de verdade a palestra. O público
era eminentemente feminino, à exceção de: 3 viados, 2 bibas, 1 traveco, 2 brochas e 1 impotente. Lú balançava a cabeça, concordando com cada frase da
palestrante e queria, a todo custo, que eu admitisse um problema de "relacionamento" com uma certa colega. Me recusei e resisti até o final.
À nossa frente, um belo casal da terceira idade, que assim como Lú, balançava a cabeça e se olhava cumplicemente. Depois de 10 minutos, já estavam mais afastados e nem se olhavam mais.... Vai dar briga !!!
ÔMiiiila chegou animada, travando conversas paralelas com Di, mesmo devidamente informada da proibição de tais contatos. Mas sacou caneta e
papel e copiou compulsivamente todas as frases da professora, certamente
cópia "ipsis literis", para ficar no bom latim. Suspeitei, e mais tarde
tive a confirmação, de que ÔMiiiiila ao chegar em casa repassaria todos os
pontos importantes para o maridão Valter. Tive pena dele. Para
"introduzi-lo" no tema, ÔMiiiila inclusive mandou alguns torpedos para o
celular dele durante o andamento da palestra. Resista, Valter !!!
Lú, candidata a vereadora que é, encontrou uma coleguinha da pós que já
havia feito o curso de Quadrinidade Roffman. Mas pelo jeito ainda não
aprendeu nada, pois já fez o mesmo curso três vezes e continua indo para
palestras introdutórias.... Ao menos o curso serviu para deixá-la
"desencanada", visto que não percebi nem um pingo de constrangimento nela
por estar vestida de camisola preta na palestra. Diz Lú que ela é fashion
A palestrante, salivando mais que um boi, iniciou a apresentação de alguns
slides. Concluída a explicação, pude deduzir então o verdadeiro objetivo da
palestra: ensinar como nos relacionarmos com CACHORRO. Bom, ao menos esse foi o slide que ficou mais tempo na tela. Pôxa, Pró, isso eu já sei, Lú já
sabe e até Lady Di já sabe. Só não dispomos de informação suficiente para
afirmar que ÔMiiiila também sabe.....
Eu, particularmente, gostei muito da técnica de escrever no flip chart com
caneta esferográfica. Foi interessante, ver uma cambada de coroas apertando
os olhinhos para tentar (sem sucesso) enxergar.
A certa altura, a palestrante disse-nos que era importante RECICLAR os
relacionamentos. E eu fiquei pensando com meus botões (apesar de não ter
nenhum à vista), a gente recicla LIXO... Meu Deus, que idéia é essa ????
Ela chamou nossos "parceiros" e "lanches" de lixo ?
Acredito que por causa da salivação, a palestrante não conseguia falar poça
(de água), ela repetiu umas 500 vezes "póça", estava mesmo ficando
muiiiiiiiiito difícil acompanhar o raciocínio dela.
Mas daí, ela nos trouxe aquela (velhíssima) metáfora que compara
relacionamento com jogo de ping-pong, só esqueceu de citar o contraponto:
"o tênis" e dizer que, na verdade, o jogo dito bom é o frescobol.
Surgiu então uma pergunta interessante, certamente vinda de uma
profissional de RH, questionando sobre o valor do "investimento".
Investimento ??? Bizarro. Eu queria saber mesmo era o custo, até porque já
havia chutado que era por volta de R$ 5 milhas, e cheguei perto porque o
curso é em São Paulo e custa R$ 3.800, que somados à passagem aérea fica
pertinho. Oferecei a Lú uma imersão na 25 de Março (SP) por R$ 2 mil, mas
ela recusou. Pô, Lú, depois de um fim de semana comigo qualquer um volta
"analisado"....
Daí a palestrante se animou e iniciou-nos numa corrente, daquelas que
circulam na internet, dizendo que foi feita uma pesquisa entre pessoas que
fizeram e não fizeram o curso, tabularam os resultados e veja a conclusão:
João de Deus fez o curso inteirinho e, quando voltou a Petrolina, ganhou
na Megasena, casou com a rainha do milho da cidade e ganhou uma cesta de
natal na rifa.
Joadson, soteropolitano, foi à palestra, mas não fez o curso. Nos meses
seguintes ele perdeu uma perna, foi demitido, ficou careca, entrou em
depressão, tentou se matar e errou.
É, bons argumentos.
Explicando o curso, a palestrante comentou que a proposta era de
reeducação, no que Lú logo se animou, acreditando que era reeducação
alimentar (ô ideia fixa desse filé).
Ainda para nos convencer, a palestrante falou que repetimos comportamentos
em todos os níveis, inclusive no nível do mar (sic). Não entendi muito bem
o que ela quis dizer, mas Lú no final da palestra afirmou (talvez tentando
se convencer) "eu sou pessoa centrada". Ainda estou pensando sobre essa
afirmação.
Para animar, a palestrante ofereceu dois livros, eu aceitei, mas não levei
nenhum. Ok, eu não merecia mesmo. Mas uma coleguinha, mostrando como o
curso é "poderoso", ganhou e livro e o doou. Coisa linda, isso. Tanta
generosidade. Deve ser efeito colateral do curso.
Agora, no encerramento, a palestrante leu com voz grave e teatral (bah) uma
mensagem de Flávio Gikovate sobre relacionar-se, estar só, ser
independente. O bizarro mesmo era a música de fundo, que mesmo instrumental pude identificar. A tal "song" dizia: "My love, my darling, I waiting for your love... I need your love...." Tudo a ver.
Foi isso que aconteceu. Até a próxima...
E aí, vocês querem ser felizes (lendo meu texto) ou ter razão (reclamar do
meu texto)????
Lembrem-se de que a palestrante mandou a gente PERDOAR.... (risos)
Marcia Carneiro
O POLO E OS POLEIROS
O Polo e os Poleiros
Vila estranha, com gente esquisita.
O Polo Industrial de Camaçari é uma vila com aspectos de cortiço. Quase
sempre é uma vila aprazível, onde as pessoas, conhecidas de longos anos de
convivência, passam seus dias trabalhando harmonicamente. Mas não se deixe
enganar.... vez por outra, essa vila vira um grande cortiço, com todas as
suas particularidades.
Como toda Vila, o Polo tem suas leis específicas, a maioria delas passada
de geração a geração.
Os seus habitantes podem ser divididos em 4 categorias:
a) homens;
b) mulheres;
c) estagiários; e
d) micos.
A primeira categoria – homens – é muito distinta daquela que habita a
cidade grande. Como diz o ditado, “em Roma, como os romanos”, os novos
moradores logo se adaptam à vestimenta local, que se resume a camisa
quadriculada, calça jeans e, quase sempre, uma pochete presa à cintura.
A segunda categoria – mulheres – parece saída do século passado, muitas
ainda presas nos terríveis anos 80. Isso é especialmente percebível nos
penteados. Além disso, nessa Vila ainda impera a ditadura das cores para os
dias da semana. Onde mais você pode ver tantas mulheres usando vermelho
numa quarta-feira ? Consigo ainda dar conta de que quinta é dia de verde e
sexta é dia de branco, que neste caso se resume a uma blusinha, já que
saias e vestidos são raríssimos por essas bandas. E as sacolas ? É
impossível para um exemplar do sexo feminino sair de casa sem uma
sacolinha. Sabe-se lá do que a gente pode precisar ? É a lei. Polo ?
Sacolinha !!!
A terceira categoria – estagiários – tem seu mundo próprio. Todos,
invariavelmente usam MP3 nas viagens de ônibus, conhecem barzinhos e
frequentam lugares que nós, Poleiros, jamais poderíamos imaginar que
existissem. Importante ressaltar que o “pagamento de cofrinho” é
compulsório para os exemplares do sexo feminino.
Os micos estão sempre presentes, olhando pra gente com aquela cabecinha que
inexplicavelmente gira 360 em torno do pescoço e nos fazem lembrar um pouco da natureza, entre um tanque de hidrogênio e uma tubulação de vapor. Muito embora eu sempre ache que um dia eles farão uma revolução e tomarão o poder na empresa (bom, talvez eu tenha assistido a episódios demais do Planeta dos Macacos). Mas a sua presença constante é perturbadora.
O meio de transporte mais utilizado pelos moradores da Vila é o ônibus, e
funciona em sistema de Pool, atendendo a várias empresas do complexo
industrial. E é nesse coletivo meio de transporte onde ocorrem os mais
diversos problemas de convivência.
Como exemplo, posso citar o vizinho que, preso aos seus hábitos de higiene,
todas as segundas-feiras corta as unhas dentro do buzu. Ao menos, só as das
mãos. Poxa vida, eu não quero ver essa cena, não quero ser coadjuvante nos
cuidados pessoais do tal colega. Mas é melhor relevar, pois tem um muito
pior que limpa o nariz durante os trajetos.
Outro dia mesmo, na viagem de volta para casa, participei de toda a
negociação de uma vizinha que iria a uma festa no fim de semana. Soube que
uma amiga emprestou um vestido, mas ela precisou comprar um sapato e uma
bolsa para combinar. O marido da criatura tinha ido à costureira buscar o
Vestido da filha, que precisou ajustar... Gente, tudo conversado no
celular, durante o roteiro. Poderia tranquilamente morrer sem saber desses
detalhes da vida da outra.
E as brincadeiras, ah... sempre as mesmas. Uma vizinha todos os dias diz
que quer trabalhar na mesma empresa e que vai mandar o currículo e eu,
mantenho meu sorriso amarelo de sempre.
É preciso dizer que não há maquiagem e penteado que resistam a uma hora de
trajeto na ida para o trabalho. O que dá tempo de “montar” antes da 6h da
matina é facilmente desmontado pela ação dos mais de 60 minutos de viagem.
Registro aqui minha indignação. Acordo todos os dias às 5h10 e, quando me
levanto, meu cachorro (ainda sonolento) me olha com um olhar de desprezo
porque acendi a luz do quarto. Vou tomar banho e ele lá, cochilando. Isso
só pode revoltar a pessoa.
Chegando à fábrica, é só pegar a máscara de fuga (que devemos levar a todo
lugar e é verde – pode acreditar), ir ao refeitório para o café da manhã.
Outra maratona. Pego um prato e espero um pouco para pegar um pão quentinho e escolho um de milho, muito embora todos tenham exatamente o mesmo sabor.
Daí me dirijo ao balcão de café. Tem café, mas o leite acabou. Espero a
reposição. Me sirvo de um pouco de leite, praticamente fervendo. Busco um
pouco de leite frio, pois não quero queimar a língua. Não tem, quer dizer,
tem, mas acabou. Espero a moça que tem a chave do estoque chegar, buscar o
leite frio, cortar a caixinha e pronto, esfrio um pouco o café. Pronto,
assim imagino. Qual nada. Faltou o talher. Tem colher, mas não tem faca.
Vou assim mesmo para a mesa, que está cheia de migalhas de pão. Viro o jogo
americano e me acomodo. A essa altura, o pão está gelado. Como com
resignação.
Volto para a sala, mas antes passo no banheiro para escovar os dentes e dar
uma geral na maquiagem. Aborrecimento garantido. Por essas bandas, é
proibido encostar na bancada da pia, sob o risco de molhar a blusa com a
água que não escorre. Boto batom, penteio os cabelos e volto pra sala.
Trampo pesado. Telefone que toca sem parar, as mesmas perguntas bobas sobre “quem seria o diretor”... etc. Suporto com pouco esforço.
Chega a hora do almoço, no mesmo refeitório, quase sempre na mesma mesa e, Em geral, com as mesmas companhias. 11 anos depois, já sabemos tudo sobre o outro. Quem casou, quem separou, quem está saindo com quem, quem tem Netinhos, quem vai se aposentar. É quase uma grande família.
Depois, um cafezinho antes de voltar ao trampo.
16h54, esse número cabalístico marca a hora de sair. Vamos para o ponto de
ônibus e, ultimamente, dá cada vez mais desespero em voltar. Alguns dias o
retorno dura mais de 2h30 só de engarrafamento.
Observe um ponto de chegada do Polo. Parecemos todos irmãos com as mesmas caras. Cansados, amassados, com sono e com tédio, depois de
tantas horas em vão no ônibus.
Depois dessa maratona de retorno, só dá tempo de tirar um cochilo em casa e
começarmos tudo de novo no dia seguinte.
Coragem, irmã !!!
(escrita num dia de muito tédio)
Vila estranha, com gente esquisita.
O Polo Industrial de Camaçari é uma vila com aspectos de cortiço. Quase
sempre é uma vila aprazível, onde as pessoas, conhecidas de longos anos de
convivência, passam seus dias trabalhando harmonicamente. Mas não se deixe
enganar.... vez por outra, essa vila vira um grande cortiço, com todas as
suas particularidades.
Como toda Vila, o Polo tem suas leis específicas, a maioria delas passada
de geração a geração.
Os seus habitantes podem ser divididos em 4 categorias:
a) homens;
b) mulheres;
c) estagiários; e
d) micos.
A primeira categoria – homens – é muito distinta daquela que habita a
cidade grande. Como diz o ditado, “em Roma, como os romanos”, os novos
moradores logo se adaptam à vestimenta local, que se resume a camisa
quadriculada, calça jeans e, quase sempre, uma pochete presa à cintura.
A segunda categoria – mulheres – parece saída do século passado, muitas
ainda presas nos terríveis anos 80. Isso é especialmente percebível nos
penteados. Além disso, nessa Vila ainda impera a ditadura das cores para os
dias da semana. Onde mais você pode ver tantas mulheres usando vermelho
numa quarta-feira ? Consigo ainda dar conta de que quinta é dia de verde e
sexta é dia de branco, que neste caso se resume a uma blusinha, já que
saias e vestidos são raríssimos por essas bandas. E as sacolas ? É
impossível para um exemplar do sexo feminino sair de casa sem uma
sacolinha. Sabe-se lá do que a gente pode precisar ? É a lei. Polo ?
Sacolinha !!!
A terceira categoria – estagiários – tem seu mundo próprio. Todos,
invariavelmente usam MP3 nas viagens de ônibus, conhecem barzinhos e
frequentam lugares que nós, Poleiros, jamais poderíamos imaginar que
existissem. Importante ressaltar que o “pagamento de cofrinho” é
compulsório para os exemplares do sexo feminino.
Os micos estão sempre presentes, olhando pra gente com aquela cabecinha que
inexplicavelmente gira 360 em torno do pescoço e nos fazem lembrar um pouco da natureza, entre um tanque de hidrogênio e uma tubulação de vapor. Muito embora eu sempre ache que um dia eles farão uma revolução e tomarão o poder na empresa (bom, talvez eu tenha assistido a episódios demais do Planeta dos Macacos). Mas a sua presença constante é perturbadora.
O meio de transporte mais utilizado pelos moradores da Vila é o ônibus, e
funciona em sistema de Pool, atendendo a várias empresas do complexo
industrial. E é nesse coletivo meio de transporte onde ocorrem os mais
diversos problemas de convivência.
Como exemplo, posso citar o vizinho que, preso aos seus hábitos de higiene,
todas as segundas-feiras corta as unhas dentro do buzu. Ao menos, só as das
mãos. Poxa vida, eu não quero ver essa cena, não quero ser coadjuvante nos
cuidados pessoais do tal colega. Mas é melhor relevar, pois tem um muito
pior que limpa o nariz durante os trajetos.
Outro dia mesmo, na viagem de volta para casa, participei de toda a
negociação de uma vizinha que iria a uma festa no fim de semana. Soube que
uma amiga emprestou um vestido, mas ela precisou comprar um sapato e uma
bolsa para combinar. O marido da criatura tinha ido à costureira buscar o
Vestido da filha, que precisou ajustar... Gente, tudo conversado no
celular, durante o roteiro. Poderia tranquilamente morrer sem saber desses
detalhes da vida da outra.
E as brincadeiras, ah... sempre as mesmas. Uma vizinha todos os dias diz
que quer trabalhar na mesma empresa e que vai mandar o currículo e eu,
mantenho meu sorriso amarelo de sempre.
É preciso dizer que não há maquiagem e penteado que resistam a uma hora de
trajeto na ida para o trabalho. O que dá tempo de “montar” antes da 6h da
matina é facilmente desmontado pela ação dos mais de 60 minutos de viagem.
Registro aqui minha indignação. Acordo todos os dias às 5h10 e, quando me
levanto, meu cachorro (ainda sonolento) me olha com um olhar de desprezo
porque acendi a luz do quarto. Vou tomar banho e ele lá, cochilando. Isso
só pode revoltar a pessoa.
Chegando à fábrica, é só pegar a máscara de fuga (que devemos levar a todo
lugar e é verde – pode acreditar), ir ao refeitório para o café da manhã.
Outra maratona. Pego um prato e espero um pouco para pegar um pão quentinho e escolho um de milho, muito embora todos tenham exatamente o mesmo sabor.
Daí me dirijo ao balcão de café. Tem café, mas o leite acabou. Espero a
reposição. Me sirvo de um pouco de leite, praticamente fervendo. Busco um
pouco de leite frio, pois não quero queimar a língua. Não tem, quer dizer,
tem, mas acabou. Espero a moça que tem a chave do estoque chegar, buscar o
leite frio, cortar a caixinha e pronto, esfrio um pouco o café. Pronto,
assim imagino. Qual nada. Faltou o talher. Tem colher, mas não tem faca.
Vou assim mesmo para a mesa, que está cheia de migalhas de pão. Viro o jogo
americano e me acomodo. A essa altura, o pão está gelado. Como com
resignação.
Volto para a sala, mas antes passo no banheiro para escovar os dentes e dar
uma geral na maquiagem. Aborrecimento garantido. Por essas bandas, é
proibido encostar na bancada da pia, sob o risco de molhar a blusa com a
água que não escorre. Boto batom, penteio os cabelos e volto pra sala.
Trampo pesado. Telefone que toca sem parar, as mesmas perguntas bobas sobre “quem seria o diretor”... etc. Suporto com pouco esforço.
Chega a hora do almoço, no mesmo refeitório, quase sempre na mesma mesa e, Em geral, com as mesmas companhias. 11 anos depois, já sabemos tudo sobre o outro. Quem casou, quem separou, quem está saindo com quem, quem tem Netinhos, quem vai se aposentar. É quase uma grande família.
Depois, um cafezinho antes de voltar ao trampo.
16h54, esse número cabalístico marca a hora de sair. Vamos para o ponto de
ônibus e, ultimamente, dá cada vez mais desespero em voltar. Alguns dias o
retorno dura mais de 2h30 só de engarrafamento.
Observe um ponto de chegada do Polo. Parecemos todos irmãos com as mesmas caras. Cansados, amassados, com sono e com tédio, depois de
tantas horas em vão no ônibus.
Depois dessa maratona de retorno, só dá tempo de tirar um cochilo em casa e
começarmos tudo de novo no dia seguinte.
Coragem, irmã !!!
(escrita num dia de muito tédio)
ATO DE CONTRIÇÃO
ATO DE CONTRIÇÃO
Natal, fim de ano, Ano Novo chegando, é uma época oportuna para fazermos um balanço do ano que está acabando. Segue o meu:
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Senhor, fiz algumas bobagens em 2008, mas especialmente, escrevi e falei outras tantas para as quais quero pedir o Seu perdão.
Perdão, Senhor, por todas as vezes que separei o Sujeito do Verbo e o Verbo do Predicado com vírgulas; é que quando eu era criança me ensinaram que a vírgula era uma pausa para respirar.... e eu acreditei.
Peço perdão ainda por ter praguejado contra o Gerente do Banco do Brasil, quando pedi um empréstimo "NO Banco" e ele recusou. Agora entendo que se tivesse pedido o empréstimo "AO Banco", talvez o Gerente o tivesse aprovado.
Perdão também por todas as vezes que quis falar difícil e impressionar, ou mesmo por puro vício, e usei "muletas" linguísticas como: "a nível de", "no sentido de", "junto a" e "através", ah, o "através", que foi usado tantas vezes quando eu queria dizer "por meio de" ou "por intermédio de".
O "no sentido de", ah, meu Pai, que poderia ter sido, e não o foi, substituído pelo simples e humilde "para".... Proteja-me, Senhor, dos modismos linguísticos, incluído aí o famigerado gerundismo (vou estar mandando, vou estar enviando, vai estar recebendo) do bom, gentil e eficiente serviço de telemarketing.
E, para aquelas vezes que escrevi cataliZador (e o Diretor adorou e nunca esqueceu), quiZ e matéria prima, peço seu perdão, pois só agora sei que cataliSador e quiS se escreve com "S", e matéria-prima SEMPRE tem hífen. Poupa-me, Senhor, do dissabor de escrever Meio-Ambiente com hífen, pois não há nem uma linha na gramática que justifique esse tracinho e Carlito não há de me perdoar....
Ajuda-me, Senhor, para que quando quiser escrever o símbolo da tonelada eu fuja do "ton" como o diabo foge da cruz. Que o meu corretor ortográfico automático do Word (ou do cérebro) seja sempre capaz de fazer a substituição do "ton" pelo simples e adequado "t".
Que eu não odeie mais aquela colega que me deixou almoçar sozinha apenas porque a convidei para almoçar ao meio-dia e meio e ela entendeu que meio-dia (12 horas) + meio (metade do dia = 12 horas) resulta em meia-noite, que não é hora de ninguém almoçar.... Quem sabe, se eu tivesse dito meio-dia e meiA (hora) ela tivesse almoçado comigo ?
Perdão ainda, Senhor, pelas tantas vezes que escrevi os meses do ano com iniciais maiúsculas (Janeiro, Fevereiro etc.), como se estivesse escrevendo em inglês. Peço ainda, que ao fazer a abreviatura dos meses (jan., fev., mar.), eu jamais grafe "maio" com "mai.", pois esse é o único mês que não admite abreviatura.
Por oportuno, lembro-me agora das inúmeras vezes que quis fazer o plural de siglas e usei o apóstofro (AS´s), mais uma vez usando inadequadamente estruturas da língua inglesa, quando quis fazer plural. Vigia-me, Senhor, para que nos plurais eu escreva sempre ASs, PMs, AFs etc.
E em casa, Senhor, peço perdão pelas vezes que reclamei quando meu filho subiu na mesa para almoçar ou jantar. Na verdade, a culpa sempre foi toda minha quando o mandei sentar "na mesa". Ele é um bom menino, Senhor, e obedece. Em sua inocência, não poderia adivinhar que queria, na verdade, convidá-lo para sentar-se "à mesa".
Enfim, apesar de ter cometido tantos erros, estou tentando melhorar e, como o que vale é a intenção, que os meus colegas tenham piedade e também me perdoem a pretensão.
Boas Festas e até 2009,
Márcia Carneiro
Vocabulário (dicionário Aurélio Século XXI):
• Ato de contrição: espécie de arrependimento pelas próprias culpas ou pecados.
• Apóstofro: sinal em forma de vírgula (´) para indicar supressão de letra(s).
Natal, fim de ano, Ano Novo chegando, é uma época oportuna para fazermos um balanço do ano que está acabando. Segue o meu:
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Senhor, fiz algumas bobagens em 2008, mas especialmente, escrevi e falei outras tantas para as quais quero pedir o Seu perdão.
Perdão, Senhor, por todas as vezes que separei o Sujeito do Verbo e o Verbo do Predicado com vírgulas; é que quando eu era criança me ensinaram que a vírgula era uma pausa para respirar.... e eu acreditei.
Peço perdão ainda por ter praguejado contra o Gerente do Banco do Brasil, quando pedi um empréstimo "NO Banco" e ele recusou. Agora entendo que se tivesse pedido o empréstimo "AO Banco", talvez o Gerente o tivesse aprovado.
Perdão também por todas as vezes que quis falar difícil e impressionar, ou mesmo por puro vício, e usei "muletas" linguísticas como: "a nível de", "no sentido de", "junto a" e "através", ah, o "através", que foi usado tantas vezes quando eu queria dizer "por meio de" ou "por intermédio de".
O "no sentido de", ah, meu Pai, que poderia ter sido, e não o foi, substituído pelo simples e humilde "para".... Proteja-me, Senhor, dos modismos linguísticos, incluído aí o famigerado gerundismo (vou estar mandando, vou estar enviando, vai estar recebendo) do bom, gentil e eficiente serviço de telemarketing.
E, para aquelas vezes que escrevi cataliZador (e o Diretor adorou e nunca esqueceu), quiZ e matéria prima, peço seu perdão, pois só agora sei que cataliSador e quiS se escreve com "S", e matéria-prima SEMPRE tem hífen. Poupa-me, Senhor, do dissabor de escrever Meio-Ambiente com hífen, pois não há nem uma linha na gramática que justifique esse tracinho e Carlito não há de me perdoar....
Ajuda-me, Senhor, para que quando quiser escrever o símbolo da tonelada eu fuja do "ton" como o diabo foge da cruz. Que o meu corretor ortográfico automático do Word (ou do cérebro) seja sempre capaz de fazer a substituição do "ton" pelo simples e adequado "t".
Que eu não odeie mais aquela colega que me deixou almoçar sozinha apenas porque a convidei para almoçar ao meio-dia e meio e ela entendeu que meio-dia (12 horas) + meio (metade do dia = 12 horas) resulta em meia-noite, que não é hora de ninguém almoçar.... Quem sabe, se eu tivesse dito meio-dia e meiA (hora) ela tivesse almoçado comigo ?
Perdão ainda, Senhor, pelas tantas vezes que escrevi os meses do ano com iniciais maiúsculas (Janeiro, Fevereiro etc.), como se estivesse escrevendo em inglês. Peço ainda, que ao fazer a abreviatura dos meses (jan., fev., mar.), eu jamais grafe "maio" com "mai.", pois esse é o único mês que não admite abreviatura.
Por oportuno, lembro-me agora das inúmeras vezes que quis fazer o plural de siglas e usei o apóstofro (AS´s), mais uma vez usando inadequadamente estruturas da língua inglesa, quando quis fazer plural. Vigia-me, Senhor, para que nos plurais eu escreva sempre ASs, PMs, AFs etc.
E em casa, Senhor, peço perdão pelas vezes que reclamei quando meu filho subiu na mesa para almoçar ou jantar. Na verdade, a culpa sempre foi toda minha quando o mandei sentar "na mesa". Ele é um bom menino, Senhor, e obedece. Em sua inocência, não poderia adivinhar que queria, na verdade, convidá-lo para sentar-se "à mesa".
Enfim, apesar de ter cometido tantos erros, estou tentando melhorar e, como o que vale é a intenção, que os meus colegas tenham piedade e também me perdoem a pretensão.
Boas Festas e até 2009,
Márcia Carneiro
Vocabulário (dicionário Aurélio Século XXI):
• Ato de contrição: espécie de arrependimento pelas próprias culpas ou pecados.
• Apóstofro: sinal em forma de vírgula (´) para indicar supressão de letra(s).
FESTA DE NATAL - 2003
FESTA DE NATAL - 2003
Pensando em nossas festinhas de Natal em família, lembrei-me de algumas dicas que podem ajudá-lo a passar pela festa tranquilamente, sem agredir a Língua Portuguesa.
Lá vão elas:
1) Se você está chateado porque seu filho ficou DE RECUPERAÇÃO ou PERDEU DE ANO, a culpa é toda sua. E é você quem merece o castigo. No máximo, no máximo, seu filho ficou EM RECUPERAÇÃO ou, tragédias das tragédias, PERDEU O ANO.
2) E se você está pensando em fazer uma festinha A NIVEL DE amigos e parentes NO SENTIDO DE promover a confraternização, esqueça. Não vai funcionar. Prefira sempre fazer uma festa COM amigos e parentes PARA promover a confraternização.
3) Conversando com as crianças, por favor, não pergunte "AONDE (para onde) está Papai Noel ?" Certamente essa pergunta não fará bem aos meninos. Se quer saber do "Bom Velhinho", pergunte ONDE (em que lugar) ele está, ok ?
4) Saiba que, EM PRINCÍPIO (originalmente, antes de tudo), Papai Noel não existe, mas, A PRINCÍPIO (numa primeira análise), é divertido para as crianças viver essa fantasia.
5) Sabe aquele Cunhado que vende carros ? Nem pense em trocar de carro ATRAVÉS (de um lado a outro de) dele. Não ficaria bem. Se quer mesmo (e pode) trocar de carro, troque POR INTERMÉDIO do tal Cunhado, muito mais elegante.
6) Presente das crianças: nunca, sob nenhuma hipótese, tente negociar JUNTO A seu filho o presente de Natal. Negocie COM ele e o resultado será garantido.
7) Não IMPLIQUE COM (provocar, amolar) sua sogra. Certamente essa implicância IMPLICARÁ (produzir como conseqüência) problemas mais tarde.
8) Todos sabemos que os preços estão "pela hora da morte", então, se alguém comentar sobre o custo de vida, não emende dizendo: "Este ano convidamos MENAS pessoas". Até porque a palavra MENAS não existe. Concordo que está tudo muito caro, mas seja forte e convide MENOS (número menor) pessoas para o jantar de Natal.
9) Nas festinhas de Natal sempre aparecem algumas tias. Seja gentil e educado, não comente que aquela tia está MEIA (metade) gorda. Talvez ela esteja mesmo MEIO (um pouco) gorda, mas deixe ela comer panetone em paz.
10) E, por último, nunca fique AO AGUARDO de receber um presentão. O mar não está pra peixe. Fique NO AGUARDO de um presentinho, é mais prudente.
Estarei EM FÉRIAS até o final de janeiro.
Boas Festas e até a volta.
Márcia Carneiro
dezembro/2003
Pensando em nossas festinhas de Natal em família, lembrei-me de algumas dicas que podem ajudá-lo a passar pela festa tranquilamente, sem agredir a Língua Portuguesa.
Lá vão elas:
1) Se você está chateado porque seu filho ficou DE RECUPERAÇÃO ou PERDEU DE ANO, a culpa é toda sua. E é você quem merece o castigo. No máximo, no máximo, seu filho ficou EM RECUPERAÇÃO ou, tragédias das tragédias, PERDEU O ANO.
2) E se você está pensando em fazer uma festinha A NIVEL DE amigos e parentes NO SENTIDO DE promover a confraternização, esqueça. Não vai funcionar. Prefira sempre fazer uma festa COM amigos e parentes PARA promover a confraternização.
3) Conversando com as crianças, por favor, não pergunte "AONDE (para onde) está Papai Noel ?" Certamente essa pergunta não fará bem aos meninos. Se quer saber do "Bom Velhinho", pergunte ONDE (em que lugar) ele está, ok ?
4) Saiba que, EM PRINCÍPIO (originalmente, antes de tudo), Papai Noel não existe, mas, A PRINCÍPIO (numa primeira análise), é divertido para as crianças viver essa fantasia.
5) Sabe aquele Cunhado que vende carros ? Nem pense em trocar de carro ATRAVÉS (de um lado a outro de) dele. Não ficaria bem. Se quer mesmo (e pode) trocar de carro, troque POR INTERMÉDIO do tal Cunhado, muito mais elegante.
6) Presente das crianças: nunca, sob nenhuma hipótese, tente negociar JUNTO A seu filho o presente de Natal. Negocie COM ele e o resultado será garantido.
7) Não IMPLIQUE COM (provocar, amolar) sua sogra. Certamente essa implicância IMPLICARÁ (produzir como conseqüência) problemas mais tarde.
8) Todos sabemos que os preços estão "pela hora da morte", então, se alguém comentar sobre o custo de vida, não emende dizendo: "Este ano convidamos MENAS pessoas". Até porque a palavra MENAS não existe. Concordo que está tudo muito caro, mas seja forte e convide MENOS (número menor) pessoas para o jantar de Natal.
9) Nas festinhas de Natal sempre aparecem algumas tias. Seja gentil e educado, não comente que aquela tia está MEIA (metade) gorda. Talvez ela esteja mesmo MEIO (um pouco) gorda, mas deixe ela comer panetone em paz.
10) E, por último, nunca fique AO AGUARDO de receber um presentão. O mar não está pra peixe. Fique NO AGUARDO de um presentinho, é mais prudente.
Estarei EM FÉRIAS até o final de janeiro.
Boas Festas e até a volta.
Márcia Carneiro
dezembro/2003
Um sábado na academia
Um sábado na academia
Acordei às 8h e fiquei na cama, com preguiça. Vou... não vou... vou... dormir... vou.... pra academia... ai.... não sei.
Levantei. Vou sim. Mas aí bateu uma esperança.... E se não tiver aula? Vou perguntar. Telefonei pra academia. Vai ter aula sim, confirmadíssima, 9h30 – aulão. Não tem jeito. Tenho que ir.
Fui pra tal aula de swing (fiquei com medo de ser troca de casais - hahaha). O prof. atrasou pra caramba, daí subi pra esteira. Só tinha uma vazia, do lado de uma coroa. Resultado: a fofa ficou tentando puxar papo.... Que ainda bem que tinha chovido, que tava muito calor... Daí perguntou quanto tempo eu fazia de esteira. Falei que fazia uns 30 ou 40 minutos. Ela me respondeu que o bom era fazer 1h, e completou, “pra perder” .... Perder o quê, minha filha ? Só se for o tempo e o juízo... E eu lá, tentando não dar muita bola e sendo monossilábica. Não adiantou... Ela me contou praticamente a vida dela toda. Sei que tem uma filha de 12 anos, que está fazendo faculdade de pedagogia, que o marido dela pesava 130kg e emagreceu 20 fazendo esteira todos os dias, que ela fez estágio numa escola lá perto, que ela é ótima aluna, que ajuda as coleguinhas, bla, bla, bla... só consegui processar a metade do que ela dizia. Daí ela atacou com crendices que rolam em toda academia: pra emagrecer não pode comer à noite. Aí foi demais pra mim. Eu disse a ela “minha filha, emagrecer é uma questão de matemática... Comer menos e malhar mais.... Não tem nada a ver com a hora que você come. Pode comer até de madrugada, desde que não ultrapasse uma certa cota de calorias... e que malhe, claro.” Qualquer consulta em qualquer nutricionista vai dar na mesma informação, boboca. Ai que falta de paciência com esse povinho “bunda” que acha que sabe tudo sobre malhação e dietas....
Não aguentei a fofa mais do que 40 minutos. Peguei minha garrafinha e desci pra ir embora. Quando passei pela sala de ginástica o prof. estava começando a aula de swing... A curiosidade não me deixou passar batida. Entrei na sala, pedi licença ao prof. me arrrumei pra começar a aula.
Bom, pensava eu que uma aula de ginástica com o nome de swing era ginástica ao som de axé, com um ou outro passinho das danças... Existia também uma chance de ser uma aula de “troca de casais”... sei lá eu. Qual nada, o professor usava um shortinho com abertura lateral que ia até o sovaco, camiseta e um boné (claro). Ele não dava aula de ginástica não... ele ensinava a danças dos pagodes da “hora”... Misericórdia....
O cara ensinava os passinhos e gritava “tem que ter atitude”... Atitude de pagodeiro ??? Deus me livre.
E nos intervalos, enquanto o professor ia arrumar o som, os coleguinhas ficavam lá “se jogando” até o chão no pagode... Uma visão do inferno... Dei uma desculpa de que tinha outro compromisso e consegui fugir da sala 30 minutos depois de entrar. Claro que fiz aquela carinha de chateada, pedi desculpa ao pagodeiro, digo, ao professor, e vazei....
Ia descendo a rua pra casa, quando parou um carro e um brother gritou de lá: “Marcinhaaaaaaaaaaaaaa...”. Ai meu Deus, não conheço esse carro (bobagem, não conheço nenhum mesmo). Aí encostei no carro sem ter a mínima ideia de quem era. E o cara conversando, perguntou se eu estava morando por ali, como eu estava, me apresentou a esposa, o filho, perguntou por Pepeu, enfim, ele sabia praticamente toda a minha vida e meu nome. E eu não dava conta nem de onde o conhecia, dirá o nome dele. Aí ele fez uma perguntinha que deu a dica. “Ainda está no Polo ?” Uffa, deve ser alguém da fábrica. E completou “Depois que saí da Caraíba há oito anos não voltei mais”. Agora..... Ex-coleguinha da Caraíba.... E o nome ? Nada.... Ele tão gentil e educado.... “A gente mora naquele prédio ali, apartamento tal, apareça”... E eu “sim, claro, vou aparecer sim....” Que sufoco.
Isso que dá ir pra academia dia de sábado.
Vá dormir, mulé....
06 de março de 2010
Márcia Carneiro
Acordei às 8h e fiquei na cama, com preguiça. Vou... não vou... vou... dormir... vou.... pra academia... ai.... não sei.
Levantei. Vou sim. Mas aí bateu uma esperança.... E se não tiver aula? Vou perguntar. Telefonei pra academia. Vai ter aula sim, confirmadíssima, 9h30 – aulão. Não tem jeito. Tenho que ir.
Fui pra tal aula de swing (fiquei com medo de ser troca de casais - hahaha). O prof. atrasou pra caramba, daí subi pra esteira. Só tinha uma vazia, do lado de uma coroa. Resultado: a fofa ficou tentando puxar papo.... Que ainda bem que tinha chovido, que tava muito calor... Daí perguntou quanto tempo eu fazia de esteira. Falei que fazia uns 30 ou 40 minutos. Ela me respondeu que o bom era fazer 1h, e completou, “pra perder” .... Perder o quê, minha filha ? Só se for o tempo e o juízo... E eu lá, tentando não dar muita bola e sendo monossilábica. Não adiantou... Ela me contou praticamente a vida dela toda. Sei que tem uma filha de 12 anos, que está fazendo faculdade de pedagogia, que o marido dela pesava 130kg e emagreceu 20 fazendo esteira todos os dias, que ela fez estágio numa escola lá perto, que ela é ótima aluna, que ajuda as coleguinhas, bla, bla, bla... só consegui processar a metade do que ela dizia. Daí ela atacou com crendices que rolam em toda academia: pra emagrecer não pode comer à noite. Aí foi demais pra mim. Eu disse a ela “minha filha, emagrecer é uma questão de matemática... Comer menos e malhar mais.... Não tem nada a ver com a hora que você come. Pode comer até de madrugada, desde que não ultrapasse uma certa cota de calorias... e que malhe, claro.” Qualquer consulta em qualquer nutricionista vai dar na mesma informação, boboca. Ai que falta de paciência com esse povinho “bunda” que acha que sabe tudo sobre malhação e dietas....
Não aguentei a fofa mais do que 40 minutos. Peguei minha garrafinha e desci pra ir embora. Quando passei pela sala de ginástica o prof. estava começando a aula de swing... A curiosidade não me deixou passar batida. Entrei na sala, pedi licença ao prof. me arrrumei pra começar a aula.
Bom, pensava eu que uma aula de ginástica com o nome de swing era ginástica ao som de axé, com um ou outro passinho das danças... Existia também uma chance de ser uma aula de “troca de casais”... sei lá eu. Qual nada, o professor usava um shortinho com abertura lateral que ia até o sovaco, camiseta e um boné (claro). Ele não dava aula de ginástica não... ele ensinava a danças dos pagodes da “hora”... Misericórdia....
O cara ensinava os passinhos e gritava “tem que ter atitude”... Atitude de pagodeiro ??? Deus me livre.
E nos intervalos, enquanto o professor ia arrumar o som, os coleguinhas ficavam lá “se jogando” até o chão no pagode... Uma visão do inferno... Dei uma desculpa de que tinha outro compromisso e consegui fugir da sala 30 minutos depois de entrar. Claro que fiz aquela carinha de chateada, pedi desculpa ao pagodeiro, digo, ao professor, e vazei....
Ia descendo a rua pra casa, quando parou um carro e um brother gritou de lá: “Marcinhaaaaaaaaaaaaaa...”. Ai meu Deus, não conheço esse carro (bobagem, não conheço nenhum mesmo). Aí encostei no carro sem ter a mínima ideia de quem era. E o cara conversando, perguntou se eu estava morando por ali, como eu estava, me apresentou a esposa, o filho, perguntou por Pepeu, enfim, ele sabia praticamente toda a minha vida e meu nome. E eu não dava conta nem de onde o conhecia, dirá o nome dele. Aí ele fez uma perguntinha que deu a dica. “Ainda está no Polo ?” Uffa, deve ser alguém da fábrica. E completou “Depois que saí da Caraíba há oito anos não voltei mais”. Agora..... Ex-coleguinha da Caraíba.... E o nome ? Nada.... Ele tão gentil e educado.... “A gente mora naquele prédio ali, apartamento tal, apareça”... E eu “sim, claro, vou aparecer sim....” Que sufoco.
Isso que dá ir pra academia dia de sábado.
Vá dormir, mulé....
06 de março de 2010
Márcia Carneiro
O retono de Jedi (ou academia depois dos 40)
O retono de Jedi
(ou academia depois dos 40)
Fugindo à regra (estabelecida por mim mesma), me matriculei em um dia para começar no dia seguinte. Qual foi minha surpresa ao ver que o acesso à academia se dá pela digital do aluno. Uau !!! Praticamente uma Matrix.
Hoje, cheguei do trabalho, tomei banho me arrumei e fui. Como o ideal é explorar antes o ambiente, vesti uma roupinha bem básica: calça e top pretos, blusinha branca, rabo de cavalo. Não destoei. Exceto pela cor. 80% das alunas estavam de blusinha lilás, vou anotar. Tenho uma, é só usar.
Como sou destemida, comecei pela aula de Jump. É praticamente uma versão menor do filme. A gente pula pra lá, pula pra cá, e acaba no mesmo lugar. A cama elástica, do tamanho de um sousplat, em teoria deveria comportar dois pés (de adulto - afastados). Não é o que ocorre na prática. Você tem que olhar o movimento indicado pelo professor, coordenar pés, pernas e mãos, e, ao mesmo tempo, fazer seus dois pés caberem na caminha enquanto você pula.
As camas elásticas já estavam quase todas ocupadas. Algumas com garrafinhas, outras com chaves, tinha uma supreendentemente com uma dentadura superior. Provavelmente o dono(a) estava na musculação. Inclusive, para conseguir fazer aula de Jump e Spinning é preciso se inscrever (pode ser por telefone) a partir das 14h. Pra mim foi moleza. Agenda, amigo, é a minha especialidade.
Arrumei um lugarzinho e me acomodei. Não sem antes perceber a olhadinha das duas mocinhas da frente. Pó, se elas estavam na primeira fila imaginei que seriam as ratinhas de academia. Ledo engano. Erravam tudo. Que falta faz para a coordenação motora um jardim de infância com acompanhamento...
Chega a professora. Um protótipo de surfistinha calhorda. Loira, cabelos compridos e lisos, com um prendedor que mal segurava um tantinho de cabelo. Levou uns longos minutos se olhando no espelho, se arrumando, e aí foi ver o som. Bonita e com um corpão, como deve ser. Fiquei imaginando ela depois da aula, toda suada, cabelo desarrumado... Inveja é uma merda. Não rolou. Ela só falava, e um brother que devia ter uns 50 e poucos comandou toda a aula. Era o entusiasmo em pessoa. Nunca vi daquilo. Bom, já vi sim. Toda academia tem um. E as melhores aulas são aquelas que podem contar com sua animação. O cara gritava: “Vamos lá”... “Isso”.. eu ria e ia.... Bacana.
Encontrei um conhecido. Conhecido de vista mesmo. Já nos encontramos em todas as academias possíveis de Brotas ao Matatu (D. Geni, Podium, Nat, Alpha Fitiness etc). Tá igualzinho. Vai saber o que ele pensou quando me viu....
Três minutos de aula e minha garganta estava travada de sede. Meu Deus, por que não trouxe minha garrafinha ? Ao mesmo tempo pensei que se eu estivesse com uma garrafinha à mão beberia toda a água de uma vez e ficaria com dor de “facão”. Não sei o que foi pior... Depois de um tempo até acostumei.
E o tio animadão com as pernocas batendo no teto. Ai que canseira.
E tinha uma colega anã. Nesses meus 25 anos de malhação, nunca vi anã em academia. Tentei não me desconcentrar, mas fiquei imaginando que lá na academia deve ter também ex-viado, cabeça de bacalhau e outros bichos que, segundo dizem, é pura lenda urbana. Ela ficava me olhando, eu vi. Acho que em solidariedade. Estávamos as duas mortinhas da silva. Ela também pode ter pensado que eu era só um tantinho maior que ela.
Ops, quase caí da cama elástica. Concentra, menina...
Enfim, foram longos 20 minutos pulando em cima de um souspplat elástico. Amei. Como é bom estar de volta.
A surfistinha calhorda loira mandou guardar a cama e pegar o colchonete para fazermos abdominais. Uffa, pensei. Claro que houve um certo desconforto entre duas coleguinhas, porque uma tomou o lugar da outra. Normalíssimo nesses ambientes competitivos e predatórios.
Deitamos, e a surfistinha começou a contar: 1, 2... 16.... 19, 20. Depois do 20 ela disse de novo: 20. Aí pensei, ela é loira mesmo. Conseguiu se atrapalhar numa contagem de 1 a 20. Jesus, misericórdia... Mas foi só susto. Ela veio voltando: 20, 19, 18.... Comecei a rir sozinha e tive um ataque de tosse bastante oportuno, que me livrou de 40 abdominais sem descanso.
Acabou a aula 30 minutos depois de começar. E o tio animadinho, como não poderia deixar de ser, gritou de lá “Valeu, pessoal !”....Previsível.
Ia reclamar na recepção. No meu tempo (xiiiiiiii) as aulas duravam 50 minutos e o professor , numa desnecessária solidariedade, praticamente fazia toda a aula com a gente. Agora essa surfistinha calhorda dá meia hora e eu pago 1h. Desisti diante de meu estado catatônico. Morta. Não aguentaria nem mais 2 minutos, dirá mais 20. Desci a ladeirinha para casa quase rolando.
Amanhã tem mais.
Márcia Carneiro
02 de fevereiro de 2010
Lembrete 1: top que serve pra andar não serve pra pular
Lembrete 2: leve sempre sua garrafinha de água
Lembrete 3: se vai questionar a curta duração de uma aula, espere a aula acabar para avaliar seu estado físico deplorável.
(ou academia depois dos 40)
Fugindo à regra (estabelecida por mim mesma), me matriculei em um dia para começar no dia seguinte. Qual foi minha surpresa ao ver que o acesso à academia se dá pela digital do aluno. Uau !!! Praticamente uma Matrix.
Hoje, cheguei do trabalho, tomei banho me arrumei e fui. Como o ideal é explorar antes o ambiente, vesti uma roupinha bem básica: calça e top pretos, blusinha branca, rabo de cavalo. Não destoei. Exceto pela cor. 80% das alunas estavam de blusinha lilás, vou anotar. Tenho uma, é só usar.
Como sou destemida, comecei pela aula de Jump. É praticamente uma versão menor do filme. A gente pula pra lá, pula pra cá, e acaba no mesmo lugar. A cama elástica, do tamanho de um sousplat, em teoria deveria comportar dois pés (de adulto - afastados). Não é o que ocorre na prática. Você tem que olhar o movimento indicado pelo professor, coordenar pés, pernas e mãos, e, ao mesmo tempo, fazer seus dois pés caberem na caminha enquanto você pula.
As camas elásticas já estavam quase todas ocupadas. Algumas com garrafinhas, outras com chaves, tinha uma supreendentemente com uma dentadura superior. Provavelmente o dono(a) estava na musculação. Inclusive, para conseguir fazer aula de Jump e Spinning é preciso se inscrever (pode ser por telefone) a partir das 14h. Pra mim foi moleza. Agenda, amigo, é a minha especialidade.
Arrumei um lugarzinho e me acomodei. Não sem antes perceber a olhadinha das duas mocinhas da frente. Pó, se elas estavam na primeira fila imaginei que seriam as ratinhas de academia. Ledo engano. Erravam tudo. Que falta faz para a coordenação motora um jardim de infância com acompanhamento...
Chega a professora. Um protótipo de surfistinha calhorda. Loira, cabelos compridos e lisos, com um prendedor que mal segurava um tantinho de cabelo. Levou uns longos minutos se olhando no espelho, se arrumando, e aí foi ver o som. Bonita e com um corpão, como deve ser. Fiquei imaginando ela depois da aula, toda suada, cabelo desarrumado... Inveja é uma merda. Não rolou. Ela só falava, e um brother que devia ter uns 50 e poucos comandou toda a aula. Era o entusiasmo em pessoa. Nunca vi daquilo. Bom, já vi sim. Toda academia tem um. E as melhores aulas são aquelas que podem contar com sua animação. O cara gritava: “Vamos lá”... “Isso”.. eu ria e ia.... Bacana.
Encontrei um conhecido. Conhecido de vista mesmo. Já nos encontramos em todas as academias possíveis de Brotas ao Matatu (D. Geni, Podium, Nat, Alpha Fitiness etc). Tá igualzinho. Vai saber o que ele pensou quando me viu....
Três minutos de aula e minha garganta estava travada de sede. Meu Deus, por que não trouxe minha garrafinha ? Ao mesmo tempo pensei que se eu estivesse com uma garrafinha à mão beberia toda a água de uma vez e ficaria com dor de “facão”. Não sei o que foi pior... Depois de um tempo até acostumei.
E o tio animadão com as pernocas batendo no teto. Ai que canseira.
E tinha uma colega anã. Nesses meus 25 anos de malhação, nunca vi anã em academia. Tentei não me desconcentrar, mas fiquei imaginando que lá na academia deve ter também ex-viado, cabeça de bacalhau e outros bichos que, segundo dizem, é pura lenda urbana. Ela ficava me olhando, eu vi. Acho que em solidariedade. Estávamos as duas mortinhas da silva. Ela também pode ter pensado que eu era só um tantinho maior que ela.
Ops, quase caí da cama elástica. Concentra, menina...
Enfim, foram longos 20 minutos pulando em cima de um souspplat elástico. Amei. Como é bom estar de volta.
A surfistinha calhorda loira mandou guardar a cama e pegar o colchonete para fazermos abdominais. Uffa, pensei. Claro que houve um certo desconforto entre duas coleguinhas, porque uma tomou o lugar da outra. Normalíssimo nesses ambientes competitivos e predatórios.
Deitamos, e a surfistinha começou a contar: 1, 2... 16.... 19, 20. Depois do 20 ela disse de novo: 20. Aí pensei, ela é loira mesmo. Conseguiu se atrapalhar numa contagem de 1 a 20. Jesus, misericórdia... Mas foi só susto. Ela veio voltando: 20, 19, 18.... Comecei a rir sozinha e tive um ataque de tosse bastante oportuno, que me livrou de 40 abdominais sem descanso.
Acabou a aula 30 minutos depois de começar. E o tio animadinho, como não poderia deixar de ser, gritou de lá “Valeu, pessoal !”....Previsível.
Ia reclamar na recepção. No meu tempo (xiiiiiiii) as aulas duravam 50 minutos e o professor , numa desnecessária solidariedade, praticamente fazia toda a aula com a gente. Agora essa surfistinha calhorda dá meia hora e eu pago 1h. Desisti diante de meu estado catatônico. Morta. Não aguentaria nem mais 2 minutos, dirá mais 20. Desci a ladeirinha para casa quase rolando.
Amanhã tem mais.
Márcia Carneiro
02 de fevereiro de 2010
Lembrete 1: top que serve pra andar não serve pra pular
Lembrete 2: leve sempre sua garrafinha de água
Lembrete 3: se vai questionar a curta duração de uma aula, espere a aula acabar para avaliar seu estado físico deplorável.
A happy das meninas
HAPPY DAS MENINAS
Manu estaria em Salvador, assim combinamos uma happy. Logo de saída, Manu avisou que tinha que ser Japonês, já que a metrópole Itabunense não dispõe dessa rara gastronomia. Ok. Eu e Teco topamos sem reclamar... Mais uma vez no Japa.
Combinei de pegar Teco às 20h. E, como sempre, às 20h eu estava lá. Manu ligou e avisou que, como havia “comido” dois “bolos”, ia mais cedo pra casa da mãe tomar banho. Beleza, Teco entrou no carro e eu só consegui dar “boa noite”. Ela disparou a falar tanto que fiquei preocupada de ela não respirar... Misericórdia. Eu dirigindo e ela falando.... e falando... e falando...
Pronto, chegamos na casa da Mãe de Manu, telefonei e.... surprise ! Manu ainda ia tomar banho. Desliguei o carro e esperamos um pouco. Na verdade esperamos cerca de meia hora, mas Teco falava tanto que eu nem conseguia raciocinar, menina.... Meia hora passou voando....
Manu chegou, carregando uma mala do tamanho de um trem. Abri a mala do carro por dentro mesmo e ela se dirigiu pro fundo do carro carregando o trem, digo, a maletinha de mão. De lá, num misto de impaciência e indignação, praticamente gritou “dá pra abrir aí a mala, Marcinha ???” Misericórdia, tá com a macaca.... Tava aberta, fofa... Era só empurrar o botãozinho... Quando já estava me preparando pra sair do carro e ajudar, ela conseguiu. Uffa.... Jogou a mala lá e entrou....
Como sempre, não sei andar por aquelas bandas. Só sei andar por Brotas (hahahah). Manu ia me guiando, no banco de trás, e eu olhando pra frente, claro... Ela dizia “ vire aqui”. Aki onde, cara-pálida ? À direita ou à esquerda ? Daqui da frente não consigo ver.... Ah, esse povo.... Bom, enfim, já estava preparadíssima pra comer sushi e sashimi, talvez até no mesmo restaurante da última vez.... E Manu me guiando (ou me atrapalhando, na verdade)...
Enfim, ela disse que iríamos a um lugar diferente. Ai que medo... Diferente de Manu é barril. Vamos lá.... Caímos na Manoel Dias da Silva.... Na altura da Vídeo Hobby ela não aguentou e disse que iríamos pro Tijuana... Como eu estava preparada para ir a um lugar bizarro, quase não acreditei e levei longos 5 segundo pra gritar A-DO-RO !!! Manu e Teco ficaram meio desconfiadas, achando que eu não gostava, ou que não tinha ideia do que se tratava.
Enfim, chegamos ao Tijuana e não havia lugar pra estacionar. Bom, nada que um manobrista não resolva. Daí Teco, numa tentativa explícita de estragar a noite, perguntou onde era mesmo que os caras paravam o carro, já que não havia lugar.
Teco, minha amiga, tem coisa que é melhor não saber. Além do mais, meu carro tá valendo mais roubado do que na mão – heheheh. Roubarem ele era um favor que o ladrão me faria. De todo jeito, gerou uma certa tensão no ambiente.
Manu se antecipou logo e foi botar o nome na lista de espera. Esperamos pouquinho, daí o cara chamou e disse que tinha uma mesinha ali no canto, se a gente ia querer ali mesmo. Manu quase bateu no cara. Por que a gente não ia querer? É pra três ? Então a gente quer, bla, bla, bla.... O cara ficou sem graça. Dei uma disfarçada e perguntei por que ele estava falando aquilo. Ele disse que a mesa era melhor para casal. Casal ? Mas não cabiam três ? Sim. Que casal grande..... Bom, tão logo chegamos à mesa entendemos o que o hostess queria dizer. Tinha um corredorzinho estreito e escuro, a nossa mesa era a última do corredor, encostada na parede, escura como o diabo. Entendi !!!
Como a gente tinha muita coisa pra conversar, ficamos lá mesmo. Do lado da mesa tinha uma janela pra o salão do Tijuana.... A gente ficava olhando com uma inveja.... Era tão apertado que o garçon, longos 20 minutos depois, servia a gente pela janela mesmo...
Pedimos uma cervejinha pra mim e pra Manu. Teco escolheu um drink que mais parecia uma vitamina. Na verdade, as três tentavam ler o cardápio sem sucesso, sem óculos e sem luz. Quando Manu perdeu a paciência, disse a Teco que tinha certeza de que ela ia gostar daquele drink. Não discutimos, na verdade não estávamos em posição de discutir nada, já que nada enxergávamos zorra nenhuma.
E as comidinhas ? Como não dava pra ler, acabamos pedindo um prato que eu já conhecia: Nachos com molho de carne de queijo. Uma delícia. Nessa parte da Happy, Manu tomou a palavra e Teco tomou o tira-gosto. Meninas, como ela comeu... Isso que é fome. E Manu falando.... Eu nem tive uma chance... Nem de comer, nem de falar.
Fui ao banheiro descansar um pouco os ouvidos. Na passagem vi uma mesa vazia no salão. Muiiiiiiiiito melhor do que a nossa. Pedi ao garçon pra reservar e fui buscar as garotas.
Nos acomodamos e logo de cara derrubei a cerveja... Bobagem. Vamos ao que interessa. Manu vai começar a escrever numa coluna no maior e mais lido jornal da Metrópole Itabunense. E precisava de um nome pra coluna. Eu e Teco estávamos super animadas e queríamos participar... Sugeri fazermos um brainstorming... Manu topou. Pegou um guardanapo (claro) e uma canetinha. De repente, começou a escrever.... sozinha.... Eu disse a ela “Então, famos fazer um brainstorming ??? Ela respondeu “Estou fazendo!!!”. Puts.... que xepo.... Mas cá pra nós, nunca vi ninguém fazer brainstorming sozinho.... Mas ela É Manu, a rainha da Metrópole, pode tudo !!! Após longos pedidos de desculpas, a fofa se dignou a ouvir minhas sugestões e de Teco. Me esforcei tanto, de pirraça, que consegui até descolar um nome bacana: SIMPLESmente. Manu gostou, Teco gostou. Ótimo. Na verdade, parece que foi apenas nessa hora que consegui falar alguma coisa.
Pedimos mais uma cervejinha e outro tira-gosto. Que fome de Teco era aquela ? Comeu tudo praticamente sozinha... Eu só peguei um pedacinho, porque podia fazer falta. E como vieram três molhinhos à parte, Teco ficava perguntando “Isso é o quê ?” e botava na tortilha... “E isso ? É o quê ?” e botava em cima... Que fome ancestral, meu Deus... O Comedor estava aberto e operando...
Como sempre, levei a máquina para registrarmos nosso evento. A cada garçon diferente que aparecia, pedíamos uma foto, como se não tivéssemos tirado nenhuma... Pedimos foto até pro manobrista. Ele inclusive, após olhar atentamente uma foto que tinha tirado, perguntou se a gente queria outra. Ou seja, a gente devia estar uma merda na foto..... Não obrigada... já era demais.
Chegou o carro. Um frio da porra. Entramos e fomos. Quando passávamos pela orla, Manu comentou que tinha uma garota conversando com cinco caras.... Ela achou que devia ser alguma entrevista. Teco concordou, devia mesmo ser entrevista.
Puta que pariu.... Cinco caras conversando com uma Puta e só podia ser entrevista ???? Onde vocês vivem, fofas ???? Já ouviram falar em “programa” ????
Voltamos pela Magalhães Neto.... De repente Manu falou “É aqui, minha Mãe mora aqui !”... E eu dirigindo... “É aqui”, ela insistia... Poxa, eu só conseguia pensar “Parabéns, que sua mãe mora aí !!!”. E eu com isso ? Não perguntei, não sou amiga dela, pra que eu quero saber disso ???
Depois entendi, Manu mudou de ideia (e não avisou, claro). Em vez de dormir na casa de Teco ia dormir na casa da Mãe. Oreba !!! Demos meia volta e deixamos ela na casa da Mãe. A mala, estranhamente, continuou na mala do carro.... Como conheço as roupinhas e acessórios de Manu, fiz de conta que esqueci. Oba... ia fazer a festa e depois podia dizer que o manobrista deu mole com a mala aberta e o ladrão levou... Fiquei quieta.... Manu se despediu e fomos embora eu e Teco.
Teco voltou a abrir o falador.... e eu só ouvindo... Quando chegamos na casa dela, ela desceu, abriu o guarda-chuva (e eu só pensando em abrir aquela malona enorme) e, de repente, deu meia volta. Voltou pro carro e pegou a mala. Saco !!! Minhas esperanças foram por água abaixo...
Enfim, foi mais uma sessão de terapia em grupo. Só que desta vez eu só ouvi... ninguém me deixou falar. Fica aqui o meu protesto formal.
Márcia Carneiro
13 de agosto de 2010
(calada e com fome)
Manu estaria em Salvador, assim combinamos uma happy. Logo de saída, Manu avisou que tinha que ser Japonês, já que a metrópole Itabunense não dispõe dessa rara gastronomia. Ok. Eu e Teco topamos sem reclamar... Mais uma vez no Japa.
Combinei de pegar Teco às 20h. E, como sempre, às 20h eu estava lá. Manu ligou e avisou que, como havia “comido” dois “bolos”, ia mais cedo pra casa da mãe tomar banho. Beleza, Teco entrou no carro e eu só consegui dar “boa noite”. Ela disparou a falar tanto que fiquei preocupada de ela não respirar... Misericórdia. Eu dirigindo e ela falando.... e falando... e falando...
Pronto, chegamos na casa da Mãe de Manu, telefonei e.... surprise ! Manu ainda ia tomar banho. Desliguei o carro e esperamos um pouco. Na verdade esperamos cerca de meia hora, mas Teco falava tanto que eu nem conseguia raciocinar, menina.... Meia hora passou voando....
Manu chegou, carregando uma mala do tamanho de um trem. Abri a mala do carro por dentro mesmo e ela se dirigiu pro fundo do carro carregando o trem, digo, a maletinha de mão. De lá, num misto de impaciência e indignação, praticamente gritou “dá pra abrir aí a mala, Marcinha ???” Misericórdia, tá com a macaca.... Tava aberta, fofa... Era só empurrar o botãozinho... Quando já estava me preparando pra sair do carro e ajudar, ela conseguiu. Uffa.... Jogou a mala lá e entrou....
Como sempre, não sei andar por aquelas bandas. Só sei andar por Brotas (hahahah). Manu ia me guiando, no banco de trás, e eu olhando pra frente, claro... Ela dizia “ vire aqui”. Aki onde, cara-pálida ? À direita ou à esquerda ? Daqui da frente não consigo ver.... Ah, esse povo.... Bom, enfim, já estava preparadíssima pra comer sushi e sashimi, talvez até no mesmo restaurante da última vez.... E Manu me guiando (ou me atrapalhando, na verdade)...
Enfim, ela disse que iríamos a um lugar diferente. Ai que medo... Diferente de Manu é barril. Vamos lá.... Caímos na Manoel Dias da Silva.... Na altura da Vídeo Hobby ela não aguentou e disse que iríamos pro Tijuana... Como eu estava preparada para ir a um lugar bizarro, quase não acreditei e levei longos 5 segundo pra gritar A-DO-RO !!! Manu e Teco ficaram meio desconfiadas, achando que eu não gostava, ou que não tinha ideia do que se tratava.
Enfim, chegamos ao Tijuana e não havia lugar pra estacionar. Bom, nada que um manobrista não resolva. Daí Teco, numa tentativa explícita de estragar a noite, perguntou onde era mesmo que os caras paravam o carro, já que não havia lugar.
Teco, minha amiga, tem coisa que é melhor não saber. Além do mais, meu carro tá valendo mais roubado do que na mão – heheheh. Roubarem ele era um favor que o ladrão me faria. De todo jeito, gerou uma certa tensão no ambiente.
Manu se antecipou logo e foi botar o nome na lista de espera. Esperamos pouquinho, daí o cara chamou e disse que tinha uma mesinha ali no canto, se a gente ia querer ali mesmo. Manu quase bateu no cara. Por que a gente não ia querer? É pra três ? Então a gente quer, bla, bla, bla.... O cara ficou sem graça. Dei uma disfarçada e perguntei por que ele estava falando aquilo. Ele disse que a mesa era melhor para casal. Casal ? Mas não cabiam três ? Sim. Que casal grande..... Bom, tão logo chegamos à mesa entendemos o que o hostess queria dizer. Tinha um corredorzinho estreito e escuro, a nossa mesa era a última do corredor, encostada na parede, escura como o diabo. Entendi !!!
Como a gente tinha muita coisa pra conversar, ficamos lá mesmo. Do lado da mesa tinha uma janela pra o salão do Tijuana.... A gente ficava olhando com uma inveja.... Era tão apertado que o garçon, longos 20 minutos depois, servia a gente pela janela mesmo...
Pedimos uma cervejinha pra mim e pra Manu. Teco escolheu um drink que mais parecia uma vitamina. Na verdade, as três tentavam ler o cardápio sem sucesso, sem óculos e sem luz. Quando Manu perdeu a paciência, disse a Teco que tinha certeza de que ela ia gostar daquele drink. Não discutimos, na verdade não estávamos em posição de discutir nada, já que nada enxergávamos zorra nenhuma.
E as comidinhas ? Como não dava pra ler, acabamos pedindo um prato que eu já conhecia: Nachos com molho de carne de queijo. Uma delícia. Nessa parte da Happy, Manu tomou a palavra e Teco tomou o tira-gosto. Meninas, como ela comeu... Isso que é fome. E Manu falando.... Eu nem tive uma chance... Nem de comer, nem de falar.
Fui ao banheiro descansar um pouco os ouvidos. Na passagem vi uma mesa vazia no salão. Muiiiiiiiiito melhor do que a nossa. Pedi ao garçon pra reservar e fui buscar as garotas.
Nos acomodamos e logo de cara derrubei a cerveja... Bobagem. Vamos ao que interessa. Manu vai começar a escrever numa coluna no maior e mais lido jornal da Metrópole Itabunense. E precisava de um nome pra coluna. Eu e Teco estávamos super animadas e queríamos participar... Sugeri fazermos um brainstorming... Manu topou. Pegou um guardanapo (claro) e uma canetinha. De repente, começou a escrever.... sozinha.... Eu disse a ela “Então, famos fazer um brainstorming ??? Ela respondeu “Estou fazendo!!!”. Puts.... que xepo.... Mas cá pra nós, nunca vi ninguém fazer brainstorming sozinho.... Mas ela É Manu, a rainha da Metrópole, pode tudo !!! Após longos pedidos de desculpas, a fofa se dignou a ouvir minhas sugestões e de Teco. Me esforcei tanto, de pirraça, que consegui até descolar um nome bacana: SIMPLESmente. Manu gostou, Teco gostou. Ótimo. Na verdade, parece que foi apenas nessa hora que consegui falar alguma coisa.
Pedimos mais uma cervejinha e outro tira-gosto. Que fome de Teco era aquela ? Comeu tudo praticamente sozinha... Eu só peguei um pedacinho, porque podia fazer falta. E como vieram três molhinhos à parte, Teco ficava perguntando “Isso é o quê ?” e botava na tortilha... “E isso ? É o quê ?” e botava em cima... Que fome ancestral, meu Deus... O Comedor estava aberto e operando...
Como sempre, levei a máquina para registrarmos nosso evento. A cada garçon diferente que aparecia, pedíamos uma foto, como se não tivéssemos tirado nenhuma... Pedimos foto até pro manobrista. Ele inclusive, após olhar atentamente uma foto que tinha tirado, perguntou se a gente queria outra. Ou seja, a gente devia estar uma merda na foto..... Não obrigada... já era demais.
Chegou o carro. Um frio da porra. Entramos e fomos. Quando passávamos pela orla, Manu comentou que tinha uma garota conversando com cinco caras.... Ela achou que devia ser alguma entrevista. Teco concordou, devia mesmo ser entrevista.
Puta que pariu.... Cinco caras conversando com uma Puta e só podia ser entrevista ???? Onde vocês vivem, fofas ???? Já ouviram falar em “programa” ????
Voltamos pela Magalhães Neto.... De repente Manu falou “É aqui, minha Mãe mora aqui !”... E eu dirigindo... “É aqui”, ela insistia... Poxa, eu só conseguia pensar “Parabéns, que sua mãe mora aí !!!”. E eu com isso ? Não perguntei, não sou amiga dela, pra que eu quero saber disso ???
Depois entendi, Manu mudou de ideia (e não avisou, claro). Em vez de dormir na casa de Teco ia dormir na casa da Mãe. Oreba !!! Demos meia volta e deixamos ela na casa da Mãe. A mala, estranhamente, continuou na mala do carro.... Como conheço as roupinhas e acessórios de Manu, fiz de conta que esqueci. Oba... ia fazer a festa e depois podia dizer que o manobrista deu mole com a mala aberta e o ladrão levou... Fiquei quieta.... Manu se despediu e fomos embora eu e Teco.
Teco voltou a abrir o falador.... e eu só ouvindo... Quando chegamos na casa dela, ela desceu, abriu o guarda-chuva (e eu só pensando em abrir aquela malona enorme) e, de repente, deu meia volta. Voltou pro carro e pegou a mala. Saco !!! Minhas esperanças foram por água abaixo...
Enfim, foi mais uma sessão de terapia em grupo. Só que desta vez eu só ouvi... ninguém me deixou falar. Fica aqui o meu protesto formal.
Márcia Carneiro
13 de agosto de 2010
(calada e com fome)
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